domingo, 5 de outubro de 2008

A doença das Prefeccionistas!?

Sinceramente: por quanto tempo você aguenta sentir dor?

A dona-de-casa Maria de Lourdes Ferreira reclama sem parar há 27 anos.
A dor misteriosa que a persegue quase destruiu a família. “Dificilmente tem um dia que ela diz que está bem. Nunca. Dor de cabeça, dor nas pernas, dor no estômago”, lamenta o marido de Maria de Lourdes, José Alves Ferreira. “Você pensa que vai morrer, que não vai suportar”, continua Maria de Lourdes. “Remédios caríssimos. Teve remédio de R$ 85, R$ 90”, conta José Alves.
”Cheguei a desconfiar de tanta dor”, lembra o filho de Maria de Lourdes, Gustavo Alves Ferreira Neto.
Quando sentou na sala de espera, Maria de Lourdes descobriu que não sofria sozinha. “Minha dor começou na barriga, mas da barriga ela foi se estendendo para o corpo inteirinho”, explica a paciente Marisa Cortez. “Não conseguia que ninguém nem me tocasse, porque doía tudo”, diz outra paciente, Dalva de Fátima Rocha. “Quem estava ao redor da gente falava que era psicológico, que eu estava fazendo isso para chamar a atenção das pessoas”, continua Marisa Cortez.

Pois é. Não bastasse o sofrimento físico, durante anos, estas mulheres foram vítimas da desconfiança e do descaso, principalmente de quem deveria ajudar. “É para falar francamente? Um falava que eu tinha Aids. Outro falava que eu tinha tuberculose. Outro falava que eu estava com início de câncer”, desabafa Marisa Cortez. Quer ver só como acontece? Ângela Spíndola, que passou por 61 médicos, aceitou se consultar em um hospital para mostrar como foi tratada durante anos, até chegar a um centro de dor e descobrir que a doença misteriosa tem nome: fibromialgia.

“A fibromialgia se caracteriza exatamente por dor na musculatura. São bandas da musculatura que se contraem e a contratura dessa musculatura gera dor”, esclarece o médico especializado em dor Cláudio Fernandes Corrêa. “O cérebro interpreta como dolorosos estímulos que normalmente não são dolorosos. A resultante clínica é que o paciente vive com dor 24 horas por dia”, explica o professor de reumatologia da Universidade Federal de São Paulo, Daniel Feldman. O problema, segundo estes especialistas em fibromialgia, é que muitos médicos não sabem identificar a síndrome. “Não tem exames, nem de laboratório, nem de imagem, nem neurofisiológico, que vão mostrar alterações”, diz o médico Cláudio Fernandes Corrêa.

A fibromialgia pode atingir qualquer pessoa, mas aparece mais em mulheres acima dos 30 anos. Fique de olho nos sintomas. “Se ela tiver dor pelo corpo por mais de três meses, se sentir muito cansada, tiver dor de cabeça freqüente, se não dormir bem, são sinais de fibromialgia”, enumera o professor Daniel Feldman. “Ansiedade, insegurança, depressão”, completa o médico Cláudio Fernandes Corrêa.

“São pessoas, em regra geral, muito detalhistas, muito perfeccionistas. Gostam de tudo nos mínimos detalhes. Não conseguem ver uma coisa fora do lugar”, continua o professor Daniel Feldman.

"Perfeccionista demais. Tudo nos trinques. Pode estar morrendo, mas ela lava, passa bem. O que pedir ela faz”, conta o filho de Maria de Lourdes, Gustavo Alves Ferreira Neto.
“Quanto mais rápido a gente conseguir fazer o diagnóstico e começar o tratamento, melhor vai ser o resultado final”, alerta o professor Daniel Feldman. Maria de Lourdes está começando a se tratar. Pode contar agora com um poderoso aliado: a compreensão.
“Agora eu procuro deixar ela mais calma, menos nervosa”, conta o filho, Gustavo Alves Ferreira Neto. “Sempre na esperança de um dia melhor”, diz o marido de Maria de Lourdes, José Alves Ferreira.

Fonte: Reportagem do "Fantástico" - Rede Globo de Televisão

4 comentários:

  1. Vim hoje aqui, pq ontem até me esqueci de dizer quem é.
    Marina sou a Maria Bento, obrigado pelo teu comentário ao meu.
    Há 3 dias que não tenho dores, portanto também é possivel viver sem dor, mesmo com Fibromialgia.
    Tento viver um dia de cada vez, como se fosse o ultimo, então os dias em que não tenho dores fico a Amar ainda mais a Vida.
    Sei que "elas" vão voltar, mas não quero prestar-lhes muita atenção, não merecem...
    Ao longo deste 11 anos, e sem suporte familiar fui aprendendo a relaxar, a controlar a mente, porque um bom estado psicológico é muito importante para doentes com Fibromialgia.Nem sempre consigo, é certo,mas sempre tento a Fibromialgia tem ganho muitas batalhas, mas ainda não ganhou a guerra!!!
    Para todos os doentes eu digo:
    -Nunca percam a esperança,a Vida vale a pena, mesmo com Fibromialgia!!

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  2. Olá Boa tarde.
    Sou doente uma jovem de 25Anos, que sofre de Fibromialgia Diagnosticada a 3anos.
    Gosto muito do vosso blog e gostava de contactar com pessoas com o mesmo problema.
    Tambem tenho um blog ao qual tenho a vossa pagina referenciada.
    http://jerusaheliomeudoce.blogspot.com aqui fica o meu convite.
    Força para todos Um Xi gande.

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  3. Obrigada querida Maria pelo teu depoimento.
    Só mais uma coisinha: não te esqueças também tu de seguir o teu conselho!
    Beijos enormes. Até sempre AMIGA!

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  4. Olá jovem heliojumeudoce... ui... que trabalheira para escrever o teu nome, cachopa!LOL
    Como ía dizendo, queria dar-te um muito obrigada pelo elogio ao blogue! Ele foi feito para nós e irá sendo completado por todas nós!...
    Eu sofro de fibromialgia desde crinça mas infelizmente só me pôde ser diagnosticada à 13 anos... e com muito esforço!
    Fiz este blogue a pensar em todas nós... por isso este cantinho também é teu!
    Sejas bem-vinda!
    Beijinhos... vou passar pelo teu blogue.
    Boa noite e um bom fim-de-semana prolonado!
    Agasalhem-se bem meninas... não queremos nada com este frio! brrrrrr
    Até sempre. Marina.

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